O silêncio constrangedor

Todo mundo já passou por um momento de silêncio constrangedor. Duas pessoas estão conversando e, de repente, o assunto acaba. As duas trocam mais algumas palavras sobre o que estavam dizendo, na esperança de que outro assunto tenha tempo de surgir, mas eis que o silêncio chega e aquela sensação estranha toma conta. Mas então, porque será que sentimos o silêncio como algo constrangedor?

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A cultura do barulho

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Nós, ocidentais, vivemos em uma sociedade barulhenta. Em países orientais, como no Japão, o silêncio entre é considerado bom. O silêncio representa respeito, tanto pela pessoa, quanto pela situação. Em países orientais é normal ocorrerem longos períodos de silêncio em uma reunião, pois os participantes fazem isso para pensar com mais calma. Da mesma maneira ocorre em conversas com amigos, onde o silêncio é apenas mais uma parte do evento.

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Esse comportamento, bem diferente do existente nesse lado do mundo, faz com que os ocidentais, aos olhos dos orientais, pareçam barulhentos e falantes. E é exatamente essa cultura que gera o silêncio constrangedor.

O silêncio

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Mesmo que não tenhamos nada muito interessante para falar, sempre queremos continuar a conversa para evitar o silêncio. Isso acontece, devido a nosso extinto social aguçado.

Mesmo sem querer, tendemos a agir de maneira a sermos aceitos nos grupos em que vivemos. Por isso, ficar em silêncio com uma ou mais pessoas faz nosso cérebro pensar que estamos agindo de maneira errada. Afinal, para que realmente sejamos aceitos no grupo, precisamos nos enturmar. Namkje Koudenburg, psicólogo da University of Groningen, descreve a conversa como uma dança. Duas pessoas que se conhecessem podem dançar perfeitamente em sincronia, criando um belo espetáculo, que segue com fluidez. Essa fluência da dança surge na conversa, quando ela está indo bem. Nesse momento nos sentimos aceitos e acreditamos que tudo está certo, afinal “as coisas estão fluindo”.

O psicólogo, que estuda o comportamento social humano, revela que enquanto estamos falando com alguém, nos sentimos bem, pois acreditamos que estamos sendo bem aceitos. Assim, aquele medo de rejeição desaparece, mas basta um pequeno descuido para que ele volte a aparecer...

Devido ao nosso comportamento natural e a nossa cultura, o silêncio em uma conversa virou esse drama. Para piorar, o mesmo pesquisador descobriu que bastam quatro segundos de silêncio para que o sentimento de constrangimento surja. Por isso, se quiser evitar o silêncio na conversa é bom ter um grande repertório de assuntos.