Por que vivemos julgando os outros?

Alguns não admitem, outros fingem não fazer, mas no fundo, quando vemos outra pessoa fazer uma “M”, sempre acabamos julgando o coitado. Mas porque será que isso ocorre?

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Uma medida com dois pesos

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Quando vemos uma pessoa cometer um erro em algo fácil, normalmente pensamos isso: “Que idiota, se tivesse feito de tal jeito, tudo teria dado certo.” Porém, quando o mesmo erro ocorre com a gente, a culpa não é nossa e sim da situação: “Se aquilo estivesse de outro jeito, teria tudo dado certo”.

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Um exemplo clássico desse tipo de julgamento ocorre muito nas famílias. Quando o filho quebra alguma coisa, logo o pai e a mãe vem xingando, chamando de tonto ou algo do tipo. Porém, quando o “quebrador” é o pai ou a mãe, eles não admitem a “burrice” e a vida segue como se nada tivesse acontecido.

Esse comportamento que as pessoas têm, apesar de algumas esconderem bem, é algo que está programado dentro de nosso cérebro.

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Atribuição fundamental de erro

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Querendo ou não, nosso cérebro está programado para julgar os outros, desde a aparência, até o comportamento. Por isso, quando vemos alguém fazer algo errado, principalmente quando esse algo nos prejudica ou atrapalha, nossa cabeça automaticamente começa a construir o cenário de erro e coloca a culpa na pessoa.

O primeiro passo da mente é nos botar na mesma situação. Em seguida, o cérebro reconstrói o ato, mesmo que inconscientemente, e acabamos sempre chegando a conclusão: “como pode alguém ter feito isso?”. Porém essa reconstrução tem uma grande falha, porque nós não temos os mesmos dados de quem cometeu o erro, afinal a falha pode ter sido de um equipamento ou ter sido causado por algo exterior. Sem outra opção, nosso cérebro faz o julgamento e coloca a culpa de tudo em que estava envolvido no momento do erro.

Por exemplo, você empresta seu computador para seu irmão mais novo ou para alguém que não confia muito e, minutos depois, quando vai checar o PC novamente, ele parou de funcionar. O primeiro pensamento que irá surgir na sua mente é: “aquele FDP quebrou meu computador!”

Mesmo que hajam outras possibilidades, como o PC ter estragado porque alguma coisa quebrou ou porque o sistema falhou, a explicação mais plausível para o cérebro sempre vai recair sobre a outra pessoa.

Esse tipo de julgamento é chamado de Atribuição fundamental de erro e é conhecido dos psicólogos. Nós temos uma tendência de julgar os outros, mas de aliviar quando o erro é nosso. Se vemos alguém derrubar um copo de água, essa pessoa é burra. Se nós derrubamos o copo é porque ele estava no lugar errado ou porque a mesa balançou. A verdade é que a nós temos dificuldade em admitir nossos erros, mas somos os primeiros a condenar a falha dos outros.

Não é à toa que nós sempre pensamos que se tivéssemos feito o trabalho, ele teria sido feito melhor do que o desenvolvido por outra pessoa. Não adianta, nosso cérebro sempre vai nos perdoar e sempre vai julgar os outros (da pior maneira possível).