O que chegar a Plutão significa para todos nós?

No dia 19 de janeiro de 2006, uma pequena aposta da humanidade deixou o planeta para trás, buscando desbravar novos horizontes e, após nove anos de uma escura viagem, esse pequeno milagre da engenharia moderna fez história:

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A viagem no vazio

Um dos grandes desafios de viajar no espaço são as distâncias inconcebíveis que precisam ser percorridas. Por outro lado, graças ao vácuo criar o perfeito ambiente para viagens longas, as aventuras espaciais se tornam viáveis.

A sonda possui pouco mais de dois metros de comprimento, por 2,74 de largura e 68 centímetros de altura. Ela pesa 487 quilos, incluindo 77 de combustível. Após o lançamento, a pequena sonda teve que utilizar seu combustível três vezes para se alinhar no caminho certo e atingir a velocidade esperada. Para se localizar no espaço, no meio do nada, a New Horizons utilizava câmeras de apoio.

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No percurso, a New Horizons andou perto de Marte, passou incrivelmente próxima de Júpiter, onde foi capaz de registrar imagens do gigante gasoso e de suas luas. Isso nos ajudou a entender melhor o sistema criado por Júpiter e seus pequenos companheiros:

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A chegada aos confins

Após passar por Júpiter, a pequena sonda aventureira inciou um longo sono, com objetivo de viajar até Plutão sem gastar recursos preciosos. Durante anos, ela vagou pelo espaço vazio, tendo o Sol a costas e o futuro a sua frente.

No dia 4 de janeiro de 2015, a sonda inciou o processo que permitiria a humanidade, pela primeira vez em toda sua história, enxergar o pequeno Pluto de perto. No dia 14, as imagens mais nítidas do planeta foram tiradas, uma delas chegou a Terra e encantou o mundo:

Pluto_by_LORRI_and_Ralph,_13_July_2015

Após isso, a sonda, a mais de 5 bilhões de quilômetros de distância da Terra, enviou apenas uma mensagem: “Missão cumprida”.

Mas o que isso significa?

New-Horizons1

Muitas pessoas devem se perguntar: “Porque cargas da água é importante nós gastarmos milhões para enviar algumas fotos de um planeta distante para a Terra?”. Nesse contexto, a pergunta até pode parecer fazer sentido. Mas quando vivíamos nas cavernas, alguém também deve ter perguntado: “Para que gastar recursos viajando para longe se vivemos bem por aqui?”.

A resposta para isso é descoberta. A humanidade é movida por sua curiosidade, por sua capacidade de aprender com ela e criar algo diferente, criar algo inestimável. No fim, tudo se resume a criar a única coisa que realmente muda o mundo: conhecimento. Hoje, mandar uma nave a Plutão pode parecer bobagem, mas daqui a 500 anos, quando estivermos explorando os confins do espaço em naves tripuladas, tudo que aprendemos com essa viagem será usado. Todo conhecimento, mesmo que possa parecer inútil para você, é uma avanço para humanidade como um todo e foram esses pequenos avanços que unidos que nos tiraram das cavernas e nos levaram para o espaço.

A humanidade tem que comemorar sua vitória e a realização perfeita de uma viagem interplanetária de 9 anos. Mais uma vez nós vencemos o Universo e descobrimos mais um pouco de seus mistérios.

O que vem por aí?

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Além de nos ajudar a entender melhor como nosso Sistemas Solar e até mesmo como o Universo se formou, a exploração de Plutão ainda tem muito a nos dar. Segundo os cientistas da NASA, a transmissão de dados entre a sonda e a Terra é muito lenta, por isso, para colocarmos as mãos em todos os dados recolhidos, ainda se passarão 18 meses, ou seja, muitas descobertas ainda estão por vir.

A sonda ainda tem combustível para se comunicar com a Terra por muitos e muitos anos, nos trazendo dados. Agora, ela deve explorar o Cinturão de Kuiper e chegar a última fronteira do Sistema Solar, antes de chegar aos confins de nossa vizinhança e chegar no temido espaço interestelar.