Quantos anos você realmente tem?

Há mais de 3 bilhões de anos (isso mesmo, com ‘B’) uma coisa muito estranha aconteceu em um pequeno planeta perdido em uma das mais de 200 bilhões (com ‘B’ de novo) galáxias do Universo. Esse estranho fenômeno continua ocorrendo até hoje e acaba em você!

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A vida

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A verdade é que ninguém sabe exatamente como a vida surgiu por aqui. Alguns cientistas até conseguiram recriar aminoácidos, reproduzindo as condições de nosso planeta há alguns bilhões de anos, mas parou por aí.

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Os aminoácidos são os blocos básicos da vida, seriam como os tijolos de uma casa. A geração espontânea desse tipo de molécula abriu as portas para o entendimento do aparecimento da vida na Terra, afinal, tendo essas peças, seriam necessários apenas alguns outros detalhes. Porém ninguém ainda sabe como criar o “cimento” para colocar a casa da vida em pé.

Mesmo sem entendermos por completo o processo, nós sabemos que a vida surgiu por aqui. Para ser mais preciso, temos até uma data aproximada de seus primeiros passos. Há mais ou menos 3,5 bilhões de anos, as primeiras formas de vida em nosso planeta apareceram. E nós sabemos disso porque alguns fósseis contendo bactérias desse tempo foram encontrados na Austrália.

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De lá para cá, a vida foi vencendo obstáculos para sobreviver nesse lugar totalmente inóspito que é o Universo. Basta pensar um pouco e podemos notar que essa realidade que habitamos é pouco convidativa a vida. A maior parte do Universo é composta do vácuo do espaço, lugar onde não se pode viver. A grande maioria da matéria dele está concentrada em buracos negros e estrelas, onde a vida jamais teria chance. E ainda temos os planetas que, em sua maioria, estão em locais inabitáveis, muito longe ou muito perto de suas respectivas estrelas. Para nossa sorte, existem tantas galáxias, estrelas e planetas no Universo, que a chance da vida aparecer é extremamente alta, mesmo com 99,9999% desse lugar sendo inviável para sua existência.

Para nossa sorte, esses 0,0001% de chance de vida surgiram aqui na Terra (talvez em outros lugares de nosso Sistema Solar) e ela sobreviveu a tudo. Desde os primeiros micróbios que surgiram nos mares de um planeta Terra totalmente diferente desse que estamos habituados, até você que hoje está lendo essa matéria, existe uma linha reta, que jamais foi cortada ou eliminada, que liga os genes dentro de suas células a essas primeiras criaturas unicelulares vagando por oceanos quentes.

A vida que está dentro de você é a mesma que estava habitando as bactérias encontradas dentro de rochas na Austrália. Assim como os macacos, que dividem mais de 90% de DNA conosco, uma boa parte do seu DNA deve ter similaridade com as primeiras bactérias do planeta. Ou seja, todos nós que estamos vivendo nesse planeta temos, pelo menos, 3,5 bilhões de anos e somos filhos, primeiramente da química, mas depois da perseverança de nossos mais variados ancestrais.

Em um passado distante nós fomos bactérias, depois peixes, passando para lagartos, anfíbios e todo tipo de ser diferente. Quem visse um de nossos ancestrais de 2 bilhões de anos jamais saberia que nós nos tornaríamos nesse vírus que tomou todo o planeta com mais de 7 bilhões de cópias.

E o mais incrível de tudo isso é que aquela bactéria, que morreu nos mares e foi sedimentada pelas rochas, fez seus genes passarem adiante e hoje uma cópia, de uma cópia, de uma cópia dela pode voltar ao passado e ver a si mesmo, em uma espécie de máquina do tempo.