Porque o céu noturno é escuro?

Que o céu a noite é negro nos parece bastante óbvio, mas, na verdade a explicação dele parecer preto quando o sol se põe não é óbvio e nos diz muito sobre o Universo em que vivemos.

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O preto é a ausência de luz, logo, no espaço, podemos enxergar os pontos brilhantes que são as estrelas, o resto nos parece preto. Mas não deveria ser assim, por que existem bilhões e bilhões de estrelas lá fora.

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Imagine que você está no fundo de uma floresta. Ao seu redor existem muitas árvores e para onde quer que olhe, você está olhando para uma árvore. O mesmo deveria acontecer com as estrelas. Há tantas no céu que deveríamos enxergar um céu brilhante de estrelas. Há muito mais estrelas no Universo do que grãos de areia na Terra e, quando vamos a praia, enxergamos um chão tomado do branco da areia. Mas então, porque não vemos um céu brilhante tomado de estrelas? Ainda que as estrelas estivessem muito longe, deveríamos enxerga-las, mais fracas, porém elas estariam lá.

Paradoxo de Olbers

Isso é chamado "Paradoxo de Olbers". A razão pela qual o céu noturno não é apenas uma chama de luz é porque o Universo é praticamente infinito e não é estático. Se fosse estático e as estrelas brilhassem para sempre, nós iriamos ver um céu noturno brilhante. O fato de que não é assim, nos diz algo muito fundamental sobre o nosso universo.

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Um limite para o Universo pode parecer uma explicação natural, pois se você estivesse em uma floresta e visse uma abertura negra entre as árvores, por exemplo, você poderia supor estar perto da borda da floresta. Só que o céu não é escuro só de um lado, há escuridão para todos os lados, o que só poderia ocorrer, em um universo limitado, se estivéssemos no meio dele, o que é bastante implausível.

Uma alternativa, é que o Universo poderia ser limitado no tempo, o que significa que a luz de estrelas distantes não teve tempo para chegar até nós ainda. Por isso enxergamos o “buraco” entre as estrelas.

Culpa do Efeito Doppler

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Mas, na verdade, a explicação não é nenhuma destas. O que acontece é que a luz das estrelas distantes fica mais fraca porque o Universo está se expandindo.

Edwin Hubble descobriu em 1929 que as galáxias distantes e as estrelas estão viajando para longe de nós. Ele também descobriu que as galáxias mais distantes estão viajando para longe de nós em um ritmo mais rápido.

Isso afeta a forma como nós enxergamos as estrelas e as galáxias. A luz delas em movimento rápido é deslocada para comprimentos de onda mais longos pelo efeito Doppler. No caso destas estrelas, o efeito desloca da luz visível para ondas infravermelho e de rádio invisíveis (ao olho humano), essencialmente fazendo-a desaparecer para nós. Na verdade, a escuridão do céu noturno é evidência direta de um Universo em expansão.

Então se você quiser provas do Big Bang, você não precisa do telescópio Hubble ou do Grande colisor de Hádrons. Você só precisa olhar para o céu noturno.