Podemos beber a água de Marte?

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O Planeta vermelho sempre nos intrigou. Embora o vizinho mais próximo da Terra seja Vênus, Marte é muito mais similar à Terra, e por essa razão sabemos mais sobre Marte do que sobre qualquer outro planeta do Sistema Solar (além do nosso), uma vez que passamos os últimos 50 anos estudando-o.

Durante muito tempo, os cientistas pensavam que a Terra era o único corpo do nosso sistema solar para abrigar água. Mas, nos últimos anos, os cientistas têm percebido que a água não é uma substância tão rara no Universo. Há vestígios da existência de água em muitos corpos cósmicos a nossa volta.

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Na última semana a NASA anunciou que um de nossos vizinhos, Marte, tem água líquida em sua superfície. Mas a grande questão é: será que podemos beber essa água?

A resposta é sim. Mas é um pouco mais complicado que isso.

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Como a temperatura da superfície de Marte fica entre 18°C e -140°C, a água não permaneceria líquida na superfície por longos períodos. O que nos leva a pensar que o solo marciano é rico em um tipo de sal hidratado chamado perclorato e que a água não flui na superfície de Marte, ela se infiltra. É a adição desse sal, através do solo, que faz com que a temperatura de congelamento e evaporação da água se altere fazendo com que a água permaneça líquida por mais tempo.

Amostras-recolhidas-do-solo-de-Marte

Futuros astronautas que forem desbravar o planeta vermelho, não poderiam beber essa água salobra que atualmente se vê na superfície. Seria preciso encontrar a fonte dessa água, uma vez que essa seria a fonte potável.

De acordo com Jim Green, diretor da divisão de ciência planetária da NASA, a chave para encontrar água potável em Marte será localizar os aquíferos de água doce que estão abaixo da superfície marciana. Com base em dados coletados até agora, sabemos que eles existem, mas não temos certeza de quão extenso são e de onde exatamente eles estão localizados.

Em 2020 mais uma sonda espacial, a Rover 2020, será lançada e essa é nossa melhor chance para encontrar essa água. A sonda fará um mapeamento dos detalhes da geologia marciana e também localizará os aquíferos.

Mas é preciso ter muito cuidado, as sondas não podem simplesmente sair atrás das fontes de água, pois há um alto risco de contaminá-las. Mais ainda a Rover 2020, pois sua fonte de energia será, basicamente, nuclear. Então, antes de lançá-la, será preciso conhecer uma parte de Marte onde, com certeza, não há água. A NASA quer evitar destruir uma área que poderia ser uma zona habitável com um possível pouso forçado de uma sonda nuclear.

A sonda não só ajudará a localizar a água, mas também testará tecnologias necessárias para futuras missões humanas, que só serão possíveis depois que tivermos controle da água no planeta, já que os astronautas deverão passar um bom tempo em Marte, pois a viagem entre os dois planetas só é possível quando eles se encontram a menor distância um do outro, o que ocorre aproximadamente, a cada dois anos. Então serão dois anos, bebendo água marciana.