Monte a sua matéria: Teorias sobre o universo #87

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Monte a sua matéria: Teorias sobre o universo

Por: Ricardo Nedachi

Antes de tudo...

Antes de existir tempo, universo ou qualquer coisa que não fosse o nada absoluto, havia um ser onipotente, que desejava preencher todo o vazio que era o infinito. Com esse desejo, ele separou sua mente em três seres feitos somente de sua própria onipotência, sem corpos físicos.

Após criá-los, o ser de luz desapareceu, deixando suas criações sozinhas no infinito. Eles eram irmãos, pois estavam juntos desde quando podiam se lembrar. Após vários éons de tempo, eles descobriram como criar coisas, e então decidiram criar um lugar onde existissem outros seres, mesmo que diferentes, com todas as coisas que poderiam imaginar.

O primeiro dos irmãos, que era considerado o mais velho dos três, tinha uma criatividade notável, criando a luz, o calor, as estrelas, galáxias inteiras e sua principal criação: Os seres vivos. O segundo irmão tinha uma criatividade voltada para o oposto de seu primeiro irmão, criando a escuridão, o frio, o tempo, que fazia com que as criaturas criadas experimentassem sua principal criação: A morte.

Mas era uma morte diferente, pois após morrerem, as criaturas voltavam a renascer sob a mesma forma, sendo um ciclo infinito, assim como achavam que era suas vidas, mas estavam enganados. Este irmão tinha uma consideração muito grande pelo seu irmão mais velho, e até se inspirava nele com suas criações, levando dicas do mesmo para ajudá-lo quando necessário.

O último irmão não possuía criatividade para acompanhar seus irmãos. A sua única criação, que realmente perdurou, foi a inveja, um sentimento que abateu sobre algumas criaturas, sendo visto como empecilho pelos outros dois irmãos.

Logo, os seres vivos criados pelos seres superiores eram reconhecidos por suas criações mais poderosas, sendo o irmão mais velho reconhecido pela vida, o segundo irmão pela morte, e o terceiro pela inveja.

Quando o irmão mais velho disse para que destruísse o sentimento que havia criado, ele rejeitou, indo para as partes vazias do universo criado. Após vários éons, os irmãos que ficaram preocupados com o terceiro, mas logo viram que o veriam mais cedo do que pensaram.

O terceiro irmão havia criado outra coisa, um sentimento muito pior do que aquele que havia deixado, e ele também tinha aproveitado a criação mais poderosa do segundo irmão, sendo a morte.

O irmão invejoso tentou destruir o irmão mais velho, mas o segundo irmão percebeu a intenção assassina do terceiro. Agindo rapidamente, ele, que tinha criado a própria morte, viu que sua criação seria usada para destruir seu próprio irmão, e algo cresceu dele.

O sentimento da inveja, ao ver sua criação sendo usada pelo irmão menos talentoso, transformou-se em outro tipo de sentimento, sem ao menos notar isso. Ao começar a ferir o irmão mais velho, o sentimento de inveja se misturou à sua criação mais poderosa, a morte, se tornando algo que não existia antes: A vingança. O segundo irmão acabou com o terceiro irmão, que foi destruído sem deixar rastros.

Ao contrário do que pensavam, eles não poderiam ressuscitar como suas criações, apesar de nunca terem pensado nisso até aquele momento.

Antes que o irmão mais velho dirigisse qualquer palavra ao segundo, ele o interrompeu, concluindo o último estágio da criação: “Agora vejo que nem mesmo nós estamos imunes às nossas próprias criações, sejam elas voltadas para o que separamos enquanto ele estava longe de nós. O que realmente pode separar o bem do mal? Para que não haja mais qualquer influência sobre nós, será mais correto fazermos uma divisão, para que não ocorra o mesmo com o que já foi criado.

Cada um cuidará da parte que tem mais domínio, sendo o seu o que diz respeito à vida e à luz, e o meu à escuridão e à morte.” O irmão mais velho concordou, e cada um deles continua criando em suas próprias crias.

O irmão mais velho foi reconhecido como vida, enquanto o segundo foi reconhecido como a morte. Cada um deles viu sua criação sendo usada para destruir seu próprio irmão, e por isso, não queriam ser vistos como partes de um mesmo começo, como irmãos.

Decidiram que, para que houvesse paz, algo criado para ser a mais importante das criações, mas que ao mesmo tempo era a mais frágil, deveriam utilizar do seu oposto. Desde o início, viram que eram dois lados opostos de um mesmo propósito, e por isso não poderiam jamais coexistir, assim como seu irmão os havia ensinado.

Se eles são considerados deuses, salvadores, destruidores, inimigos ou potências, tudo o que buscam é balancear o universo que criaram, e o irmão que fora destruído era considerado por sua última, porém mais importante criação... O sentido de tudo que existe.