Monte a sua matéria: Games que poderiam ser feitos #159

É, e entre os temas, não faltam opções. Ou melhor, cinema, games, música, enfim! Sinta-se à vontade a participar. O e-mail de contato: Jeff.gothic@gmail.com! A todos, uma excelente leitura!

ANÚNCIO

Games que poderiam ser feitos

Por: Li Syaoran

Atenção para possíveis spoilers!

ANÚNCIO

Bons jogos não precisam necessariamente vir de uma ideia original. Quem aqui não se lembra do Aladdin para SNES e Mega Drive ou do 007 Goldeneye para Nintendo 64? Filmes, livros, séries de TV, etc. A origem para o conceito de um jogo pode vir de qualquer lugar. Nessa matéria, darei ideias para a criação de jogos a partir de uma série de livros/filmes que vem conquistando cada vez mais fãs e aceitação da crítica: Jogos Vorazes.

Jogos Vorazes já possui games: o plataforma Hunger Games: Girl on Fire para Android e iOS e um horrível jogo social para Facebook. Eu estou falando de um jogo “AAA”, um jogo feito para consoles e PCs da geração atual. O maior obstáculo para sua realização é o público alvo: a maioria dos fãs da saga não se interessa por games enquanto a maioria dos gamers não se interessa pela série; há um grande um risco de “flopar”, por assim dizer.

ANÚNCIO

Mesmo assim, os lucros com os filmes superam todas as expectativas e há rumores de que inclusive farão um parque temático sobre a série (!!!). É provável que façam um jogo sobre a saga mais cedo ou mais tarde, e se forem fazer, que façam direito.

Em primeiro lugar, quero dizer que os jogos não deveriam tocar no tema da Revolução, pois só haveria dois gêneros possíveis para cobrir esse assunto: FPS ou estratégia. Em nenhum dos casos a saga forneceria algum diferencial que permitisse que seus jogos competissem com as marcas tradicionais do mercado.

O ideal é, portanto, focar nos Jogos Vorazes em si. Mais especificamente, nos anteriores ao septuagésimo quarto. O jogador deveria sobreviver à Arena através de todos os meios possíveis: ele precisaria de comida, água, proteção contra o clima e contra qualquer outra ameaça que os Idealizadores preparassem sem esquecer, é claro, dos outros tributos.

Antes de continuar (perdão pelo artigo excessivamente longo), seria interessante discutir se o jogo deveria ser single ou multiplayer.

Num singleplayer poderíamos criar uma ótima história usufruindo dos dilemas morais acerca dos Jogos, dar personalidades aos outros tributos e fazer com que suas mortes sejam necessárias, mas dolorosas. O problema é que o jogo seria curto e fácil demais: dos 23 inimigos, no mínimo 10 morreriam no início; mesmo que você fosse um tributo fraco sem nenhuma habilidade especial, os seus inimigos não seriam nenhum tipo de “boss”, tampouco teriam um exército de ajudantes. Jogadores mais habilidosos poderiam acabar com o jogo nos minutos iniciais sem desfrutar da maior parte do jogo.

Num multiplayer perderíamos as reflexões sociais que a saga proporciona, mas ganharíamos em mecânica. Se um jogador passou uma partida simplesmente matando todos na Cornucópia, tudo bem, mas em alguma partida ele precisará (ou decidirá) se embrenhar na natureza e explorará as mecânicas de sobrevivência. Partidas com jogadores mais “hardcore” poderiam durar horas, pois eles utilizariam de tudo o que o jogo oferece nas mais mirabolantes estratégias. Por causa disso, creio que o melhor é que o game dos Jogos Vorazes fosse multiplayer.

Distritos

O melhor seria que os jogadores pegassem um distrito aleatoriamente e então lidassem com isso, mas como jogadores online gostam de liberdade seria bom permitir que escolhessem seu local de nascença. O importante é dar-lhes diferentes habilidades: os carreiristas (distritos 1, 2 e 4) seriam mais fortes e hábeis com armas, mas precisariam de mais comida por não serem tão acostumados com a fome quanto os tributos de distritos pobres.

Alimentos

Poderiam ser obtidos por meio da caça, pesca ou coleta. Tributos do Distrito 11 (agricultura) saberiam reconhecer frutas venenosas enquanto os do Distrito 4 teriam facilidade na pesca. Os do Distrito 10 poderiam usar seu conhecimento em pecuária para rastrear animais.

Água

Conseguir água poderia ser ridiculamente fácil ou insanamente difícil. Colocar um lago ou um riacho é uma excelente forma de provocar o encontro entre os jogadores. Em um cenário desértico cada gota valeria ouro; em outro, poderíamos forçar os jogadores a derreter gelo ou presenteá-los com água por todo o canto, mas envenenada.

Proteção climática

Em uma Arena o tempo pode instantaneamente variar de ensolarado para polar, tempestuoso, árido ou qualquer outro; portanto, seria fundamental conseguir itens como roupas térmicas, sacos de dormir, fósforos (esses seriam extremamente perigosos) e talvez até trajes impermeáveis no caso de uma Arena cheia d’água.

Idealizadores

O que pode ser mais perigoso do que a sede por entretenimento? “Bestantes”, terremotos, avalanches e tudo o que a mente de um sádico tem a oferecer pode ser utilizado para dar mais dinamismo às partidas. É claro que isso não deve ser feito a toda hora para não deixar os jogadores frustrados, mas seria legal surpreendê-los de vez em quando.

Armas

Se o jogo será sobre uma competição mortal, é óbvio que as armas merecem atenção especial. Os distritos 1 e 2 seriam os melhores com quase todos os tipos de arma enquanto o 4 seria especialista em lanças e o 7 em machados. Mas não existiriam apenas as armas da Cornucópia: pedras, lanças de madeira, venenos, tijolos, vergalhões, correntes, etc. Vale tudo na disputa pela sobrevivência.

Armadilhas

Fazer uma armadilha seria uma excelente forma para matar animais, mas porque se manter só nos animais? Os jogadores poderiam soltar a imaginação: cipós, buracos com estacas ou mesmo atrair o oponente para os bestantes. Tributos do distrito 3 poderiam fazer peculiares armadilhas com aparelhos tecnológicos, mas seria difícil obtê-los na maioria das Arenas.

Arenas

Em um jogo de sobrevivência é fundamental pensar em como o ambiente interage com o jogador. O ideal é que as Arenas fossem criadas randomicante a cada partida, mas aí seria necessário sacrificar gráficos. Por causa disso os locais do jogo deveriam ser selecionados aleatoriamente de um grupo de dez ou quinze.

Evolução

Em um jogo online é necessário gratificar o jogador pelo esforço dedicado, por isso pode-se utilizar um sistema que dá EXP para cada realização durante o jogo (matar um animal, matar um jogador, armadilha funcionar em animal ou jogador, etc.) e depois redistribuir os pontos em habilidades como arremesso de facas e disparo com arco e flecha (aumentaria dano, precisão e agilidade), carisma (aumenta sua chance de receber presentes dos patrocinadores), escalada, furtividade, força, criação de armas, de armadilhas (torando-as mais variadas, discretas e mortais) e quem sabe até camuflagem.

Agradeço a leitura e a compreensão. Talvez eu continue sobre a série e dê outras ideias para jogos. Deixe qualquer opinião, crítica ou sugestão nos comentários.