O corpo humano em situações extremas #1

O corpo humano é uma poderosa máquina, capaz de resistir a diversos problemas e funcionar mesmo em situações precárias. Porém, em alguns casos extremos, nosso corpo sofre mais do que pode aguentar e o colapso se torna inevitável:

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Aceleração

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Quando dois objetos com massa estão livres, eles tendem a se unir. O exemplo mais comum disso é soltarmos alguma coisa e ela cair. A queda é causada pela aceleração criada pela gravidade da Terra no objeto. Essa aceleração ocorre a uma taxa de 9,8 m/s² (metros por segundo ao quadrado).

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Durante muito tempo, esse dado era usado apenas para estudos físicos e nada mais, porém, durante a Primeira Guerra Mundial, a força da gravidade (também conhecida como força G) se tornou um problema enorme.

Naquela época, os aviões começaram a fazer parte do arsenal de batalha, mas algo estranho acontecia com seus pilotos. Em muitos casos, os ases do céu acabavam desmaiando sem nenhum motivo aparente.

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Levou algum tempo e um bom estudo para que o oficial John Stapp conseguisse desvendar o mistério dos desmaios. Nosso corpo evoluiu para aguentar a aceleração normal da gravidade causada pela Terra, porém quando essa força é aumentada, algumas partes começam a falhar.

Voar em caças é uma tarefa complicada, pois esses aviões são capazes de acelerar a taxas inacreditáveis. Isso faz com que a aceleração deles seja maior do que a aceleração da gravidade com a qual o corpo está acostumado. Quando essa aceleração é horizontal, os problemas não são grandes, mas quando ela envolve movimento vertical, tudo sai errado.

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Quando um caça mergulha de bico no céu, ele pode acelerar a mais de 200 m/s². Isso é mais de 20 vezes a aceleração da gravidade. Como nosso corpo não foi feito para isso, o sangue para de circular, pois o coração é incapaz de bombeá-lo contra tamanha aceleração.

Por isso, a tendência é que o piloto desmaie, devido à falta de oxigênio no cérebro. Hoje em dia, em caças modernos, os pilotos são atletas de alto nível, pois um corpo bem treinado pode aguentar mais de 6 vezes a força da gravidade. E, além disso, uma roupa inflável aperta todos os cantos do corpo, o que ajuda o sangue a se mover, mesmo com acelerações absurdas.

Frio

hipotermia

O corpo humano trabalha a uma certa temperatura para sobreviver bem. Só que quando o ambiente externo é muito frio, a batalha entre o corpo e o frio pode acabar sendo perdida. Isso gera algo chamado hipotermia, que é a situação onde o frio vence a produção de calor do corpo, que começa a sofrer diversos problemas.

Inicialmente, quando a temperatura cai para algo entre 35 e 33 graus, o corpo começa a tremer, causando espasmos musculares involuntários. As extremidades ficaram roxas e a pessoa começa a sofrer de confusão mental.

Chegando perto dos 30 graus, a vítima da hipotermia começa a entrar em um estado de sonolência, onde a fala e os movimentos são afetados. Baixando dos 30, a pessoa fica imóvel e o corpo começa a se “desligar”, diminuindo a frequência cardíaca e respiratória. Se não tratada rapidamente, após esse estágio, a pessoa morre.

Nesse meio tempo, o corpo entra em um estado perigoso, onde os rins começam a produzir urina, que pode acabar entrando na corrente sanguínea. Isso, somado a outros problemas, pode ocasionar a Hipovolemia, um estado onde o sangue sem as propriedades corretas afeta o funcionamento dos órgãos.

A parte mais macabra da hipovolemia é que ela pode gerar uma parada cardíaca durante a recuperação da pessoa. Quando a hipotermia já está avançada, o coração bombeia pouco sangue, mas quando o corpo volta a ser reaquecido por uma fonte externa, o bombeamento retorna ao normal e devido aos problemas no sangue, a pessoa pode sofrer uma parada cardíaca!

Calor

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Do mesmo modo que o frio é capaz de afetar o funcionamento do corpo, o calor também pode trazer diversos problemas. Quando nosso corpo atinge uma temperatura acima dos 40 graus, muitas coisas ruins acontecem.

Para regular a temperatura interna, o corpo usa o suor, fazendo com que a evaporação da água na pele gere uma diminuição de calor. Mas em ambientes úmidos ou em lugares com temperaturas muitos altas, esse sistema começa a falhar, causando a chamada hipertermia ou insolação.

Além do sentimento de calor extremo, o corpo sofre com diversos problemas internos em situações de hipertermia. O primeiro problema vem do sistema nervoso central, que perde o controle sobre diversas funções. Em seguida, o fígado, os rins e pulmões começam a falhar. Até mesmo o coração pode sofrer devido ao calor.

Em alguns casos, o corpo lança coagulantes no sangue, fazendo com que a circulação se torne impossível, o que pode levar a morte. A desidratação é outro problema sério, que se não for tratado pode ser fatal. Por isso que sempre é recomendado que a pessoa beba muita água em lugares secos e quentes.