Conheça o caso bizarro das irmãs Papin

Não são poucos os casos de assassinatos brutais na história da humanidade, mas alguns, por conta de toda a crueldade que os envolve, chamam mais atenção do que outros. Um dos que mais se destacam nesse meio é o das irmãs Papin, que em fevereiro de 1933, protagonizaram um dos acontecimentos mais bizarros da história.

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Christine e Léa assassinaram a filha e a proprietária da dona do imóvel onde trabalhavam de maneira brutal, tendo que lidar com penas pesadíssimas por conta disso. O caso repercutiu no mundo todo, virou objeto de estudos de grandes pensadores, e você pode conferir tudo isso ao ler nosso artigo especial sobre o caso das irmãs Papin.

Conheça o caso bizarro das irmãs Papin
Foto: (reprodução/internet)

Iremos falar sobre os seguintes tópicos acerca do bizarro caso das irmãs Papin:

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  • Irmãs que tiveram a infância complicada;
  • Conseguiam lidar com as responsabilidades, mas mantinham comportamento estranho;
  • Tudo começou por conta da queda de um fusível;
  • Agressões continuaram por cerca de 30 minutos;
  • Irmãs foram encontradas nuas em seu quarto;
  • Descubra a sentença recebida por cada uma das irmãs.

As duas garotas conviveram com um pai alcoólatra

A infância de Christine e Léa não foi nada fácil. As duas irmãs cresceram em um ambiente onde tinham que lidar com um pai alcoólatra, que abusava sexualmente de Emília, irmã mais velha de ambas. Porém, isso só foi descoberto após Emília entrar em um convento, depois de deixar a casa do pai.

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Foto: (reprodução/internet)

Crescer em um ambiente do tipo com certeza mexeu bastante com o psicológico das duas garotas, isso sem falar na possibilidade de ambas também terem sofrido com os abusos do pai. Infelizmente, é bem provável que isso tenha acontecido de fato com elas.

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Além dos abusos do pai, as crianças também teriam que lidar com a possível agressividade do sujeito dentro de casa, sem falar em torturas psicológicas e descaso que elas devem ter sofrido. O sofrimento durante o período também não pode ser ignorado.

Encontraram fonte de renda assim que saíram de casa

Assim que conseguiram sair de casa, as duas garotas conseguiram logo uma maneira de se virar no mundo. Arranjaram um emprego como cuidadoras de uma casa em Le Mans, onde cuidariam da residência onde viviam dois idosos e sua filha.

O casal René e Léonie Lancelin tinham Geneviève como filha, e, aparentemente, eram uma família feliz, sem maiores problemas para se preocuparem. Depois da chegada das duas garotas na residência, a vida deles continuou normalmente mesmo depois de muito tempo.

Boas profissionais, mas de comportamento estranho

As duas irmãs nunca foram criticadas por conta de seu comportamento profissional, muito pelo contrário, já que ganhavam elogios de seus patrões. A residência era grande, mas mesmo assim, ambas davam conta do recado e nenhum imprevisto acontecia.

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Foto: (reprodução/internet)

Porém, alguns comportamentos estranhos das duas eram notados. Grande parte do tempo elas ficavam reclusas, não falavam muito, e preferiam não interagir. Ficam mais concentradas em si mesmo, o que causou certa curiosidade nas pessoas que viviam com elas.

Outro fato que fazia com que elas recebessem uma atenção extra era que as duas irmãs supostamente mantinham relações sexuais entre elas mesmas. No entanto, isso não pareceu incomodar de fato os patrões, já que elas continuavam empregadas mesmo assim.

Em 7 anos de serviço, nunca falaram com o patrão

Um caso curioso sobre a relação das irmãs com seu patrão é que, durante os 7 anos que elas trabalharam na residência, elas nunca falaram com o homem. Porém, não se sabe o porquê delas não terem dirigido a palavra a ele ao menos uma vez.

Um fator que pode ter desencadeado esse medo delas em falar com figuras masculinas é a relação delas com o pai. A figura masculina presente delas era de terror, logo, é compreensível que não tivessem vontade de interagir com René.

A confusão começou depois da queda de um fusível

O fusível que levava energia para a casa caiu, em decorrência do uso do ferro de passar roupa. Léonie e Geneviève, mãe e filha que moravam na casa, ao se depararem com a situação, resolveram chamar um técnico para que uma solução fosse encontrada.

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Foto: (reprodução/internet)

No entanto, o homem alegou que a máquina não estava com defeito, e os custos da ida dele até lá, acabaram caindo nas costas de Christine e Léa. A situação não agradou a nenhuma delas e fez com que Madame Léonie ficasse muito brava, de acordo com uma das irmãs em depoimento.

O ocorrido acabou aumentando os ânimos de todos, o que fez com que Christine agredisse a dona da propriedade. Geneviève entrou na briga para ajudar a mãe, mas teve os olhos feridos por Christine. A irmã mais velha ainda ordenou que Léa arrancasse os olhos de Léonie, e a garota assentiu ao pedido.

Agressões, em geral, eram comandadas por Christine

Léa, não só arrancou os olhos da dona da casa com as próprias mãos, como também continuou com as agressões de acordo com o que sua irmã estava comandando. A situação não parou por aí, e Christine não parava de dar ordens para sua irmã mais nova.

A irmã mais velha sempre se mostrou como a cabeça por trás das atitudes tomadas por ambas, semelhante ao caso mais recente envolvendo Dee Dee e Gypsy, onde a mãe tomava decisões pelas duas envolvidas. Porém, neste caso, a filha acabou assassinando a mãe.

Agressões continuaram por cerca de 30 minutos

Enquanto Léa controlava a situação, Christine foi até a cozinha pegar utensílios para continuar com as agressões. Voltou de lá com objetos como martelos e facas, e começou, junto de sua irmã, a desfigurar o corpo das vítimas. A situação não durou pouco tempo.

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Foto: (reprodução/internet)

As duas irmãs agrediram as vítimas por, no mínimo, 30 minutos. As duas estavam completamente desfiguradas, irreconhecíveis, mas a fúria das duas não parou tão cedo. Depois disso tudo, as Papin se acalmaram e foram fazer algumas tarefas na casa.

Trancaram todas as entradas da casa, além de terem se dirigido para o sótão, onde moravam na residência.

As duas apenas permaneceram ali, não tomando nenhuma decisão acerca de chamar a polícia ou a ambulância, para tentar salvar a vida de suas empregadoras. Pareciam já saber o que as aguardavam, e para a surpresa de muita gente, elas estavam muito bem com isso.

Irmãs foram encontradas nuas em seu quarto

René, dono da propriedade, ao chegar em casa, se deparou com tudo trancado. Arrombou a porta junto da polícia, e acabou se deparando com uma das piores cenas que já viu na vida: sua esposa e filha estavam mutiladas, com sangue espalhado por todo o local.

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Foto: (reprodução/internet)

As duas irmãs não estavam no local, sendo encontradas apenas em seu quarto, as duas nuas. Assim que foram encontradas, foram interrogadas pela polícia, e não fizeram questão nenhuma de esconder o que tinham acabado de fazer: assassinaram Léonie e Geneviève.

Todos ficaram em choque com o acontecido, principalmente pelo fato de que as irmãs não demonstraram, em momento algum, qualquer tipo de remorso pelo crime cometido. Logo depois disso, foram levadas para a prisão, onde aguardaram para receber sua sentença.

O que a justiça decidiu sobre as irmãs Papin

As duas foram levadas à Justiça, e tiveram que responder pelos seus crimes. Christine, a mente pensante entre elas, foi sentenciada à morte em um primeiro momento, apesar de ter havido alteração futura em seu caso, ficando ‘apenas’ em uma prisão perpétua.

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Foto: (reprodução/internet)

Léa, mais nova, que não tomava as ações, mas que ainda assim foi uma das agressoras, recebeu uma pena de 10 anos, respondendo como cúmplice do crime. Apesar de muita gente achar estranho, e pouco para a garota, eles entenderam que ela sofria com a presença da irmã.

A garota mais jovem era submissa em relação às decisões tomadas, e por ter crescido em um contexto tão complicado, acabou sendo bem compreendida e tendo a punição bem menor. No entanto, as ações que a garota tomou não deixam de serem bizarras.

Folie à deux, a loucura que fez com que as meninas cometessem o crime

Folie à deux, chamada de “loucura de dois”, é identificada quando um indivíduo que sofre com alguma doença psiquiátrica, influencia outro ser humano, que é suscetível a receber tais tipos de estímulos. Foi dessa maneira que a Justiça entendeu o ocorrido.

Christine, a mente dominante da relação entre as duas irmãs, acabou influenciando Léa a tomar decisões que ela, em muitos dos casos, não sabiam que chegariam ao ponto de serem ruins. A doença é bem rara, porém, nem por isso deixa de existir, como podemos ver nesse caso.

Caso ganhou análise de diversos pensadores importantes da época

O caso não poderia passar batido por grandes pensadores da época. O psicanalista Jacques Lacan, por exemplo, estudou o caso a fundo e utilizou muito material do ocorrido com as garotas em suas pesquisas relacionadas ao comportamento cognitivo humano.

Outros pensadores que se interessaram pelo acontecido foram Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, que interpretaram o acontecido como uma demonstração da luta de classes que enfrentamos durante a vida. Independente da interpretação, o caso não deixa de ser macabro.