Cientistas encontram a cura para a paralisia

Uma das coisas mais tristes que podem ocorrer a uma pessoa é a perda de sua capacidade de movimento. Quando isso ocorre, a vida dela é modificada, tendo que viver em uma cadeira de rodas, dependendo dos outros para realizar tarefas básicas, mas agora isso está acabando.

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A lesão

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A responsável por controlar nossos movimentos é a médula espinhal. Ela fica ligada diretamente ao cérebro e se estende por toda a coluna, ficando escondida e protegida dentro das vértebras. Apesar disso, diversos acidentes, desde um simples tombo a um ferimento causado por balas, podem trazer danos a essa região extremamente sensível.

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Quando a médula espinhal é atingida, muitos problemas surgem. Dependendo do ponto onde o ferimento ocorre, a pessoa perde os movimentos e a sensibilidade “mais para baixo” no corpo. Ou seja, uma pessoa que sofre uma lesão na médula vertebral pode perder “apenas” os movimentos das pernas (paraplegia) e ainda ter sensibilidade, mas ela também pode perder todos os movimentos do pescoço para baixo (tetraplegia) e não possuir nenhuma sensibilidade.

A cura

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Até pouco tempo atrás, nada podia ser feito para reverter problemas graves com a médula. Tudo que podíamos fazer era exercitar as partes comprometidas na esperança de que tudo melhorasse, porém os resultados não eram muito animadores.

Um estudo chefiado por Claudia Angeli e realizado na University of Louisville's trouxe, enfim, uma solução real para o problema da paralisia: Usando estímulos elétricos em quatro pacientes, os pesquisadores chegaram a resultados jamais antes vistos.

O primeiro voluntário foi um homem tetraplégico chamado Summers. Seus problemas eram tão sérios que ele não conseguia controlar a bexiga, ter relações sexuais ou mesmo andar.  

Durante sete meses, os cientistas estimularam a médula dele através de eletrodos, jogando uma carga elétrica controlada em pontos específicos. Nesse pequeno espaço de tempo, Summers conseguiu ficar em pé, controlar a bexiga e sua função sexual estava praticamente normalizada. Mas Angeli e sua equipe não estavam satisfeitos, pois acreditavam que seu primeiro paciente podia ter ligações residuais na médula, por isso eles foram em busca de um desafio maior.

O tratamento

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Para os próximos testes, a equipe da University of Louisville's pegou três homens com paralisia total, aquela onde a pessoa afetada rompeu todas as ligações da médula, tanto que não possui nenhuma sensibilidade.

O primeiro paciente, após uma semana de estimulação feita pelos eletrodos, já conseguia mexer a perna! Os outros dois testados atingiram resultados semelhantes no mesmo tempo. No final, todos os voluntários haviam recuperado diversos movimentos inexistentes e criado uma sensibilidade onde não havia.

Ao final dos testes, os paralíticos estavam praticando em pé, em cima de uma esteira! Ou seja, eles já não eram mais paralíticos.

Esses resultados incríveis abriram espaço para mais estudos e os pesquisadores estão desenvolvendo uma versão do equipamento de eletrodos que não precisa se implantando dentro da pele, o que facilitaria o tratamento para qualquer pessoa do mundo.

Angeli e sua equipe agora também trabalham em busca de um entendimento melhor do que ocorre dentro da médula para que o processo possa ser aperfeiçoado.

Talvez, daqui alguns anos, as cadeiras de rodas e pessoas com paralisia total ou parcial tornem-se coisas do passado, graças a um “milagre” da ciência.