Apocalipse real: Inverno vulcânico #2

99% de todas as espécies que um dia viveram em nosso planeta já foram extintas pelas grandes forças da natureza. Meteoros, vulcões, raios gama, enfim, o Universo parece ter uma luta constante contra a vida, mostrando que, a qualquer momento, o apocalipse pode se tornar real:

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Extinção

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Os dinossauros ficaram famosos por sua extinção causada por um meteoro, que caiu em uma região perto do que hoje é o México. Mas nem só de pedras espaciais gigantes são feitas as extinções em massa.

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Embaixo de nossos pés, mais precisamente sob a crosta terrestre, existe uma força gigantesca, capaz de destruir boa parte de toda a vida existente no planeta e o pior de tudo é que ela costuma ser pontual em seus ataques.

Entre 15 e 150 quilômetros abaixo da superfície da Terra, existem câmaras magmáticas, onde lava com temperatura acima dos 1000 graus se movimenta de uma região para outra. Conforme esses espaços vão sendo preenchidos com rocha derretida – saída das partes mais profundas do núcleo terrestre – uma força gigantesca começa a se acumular.

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Milhares de anos podem se passar até que uma câmara de magma se encha, mas no momento em que a pressão interior se torna grande o bastante, o solo acima se rompe, criando uma erupção vulcânica. Na grande maioria das vezes, esses despejos de rochas fervente duram algumas horas ou dias, espalhando uma grande quantidade de calor e jogando cinzas no céu.

Porém, em casos mais raros, essas erupções duram semanas ou meses, liberando tantos gases e cinzas na atmosfera, que todo o Planeta Terra sofre uma mudança radical, capaz de colocar em risco a vida e extinguir diversas espécies.

Supervulcão

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Para a sorte de nossa espécie e de muitas outras, os supervulcões, aqueles capazes de jogar para fora mais de 1000 quilômetros cúbicos de magma, são extremamente raros, porém bem pontuais. Suas erupções gigantes costumam ocorrer em intervalos regulares, como o caso de Yellowstone, que teve sua última erupção ocorrida há 640 mil anos. A penúltima ocorreu há 1,3 milhão de anos e a antepenúltima data 2,1 milhões de anos. Ou seja, a cada 700 mil anos (mais ou menos) o supervulcão de Yellowstone explode, liberando tanta lava e dejetos no ar que é capaz de mudar o clima de todo o planeta Terra.

Uma erupção libera uma quantidade gigantesca de gases na atmosfera, mas o grande problema ocorre devido as pequenas partículas, chamadas cinzas vulcânicas, que acabam ficando no ar. Por serem extremamente leves, elas sobem acima da altitude de formação das chuvas. Isso faz com que elas não acabem retornando ao solo rapidamente. Toda aquela cinza flutuando a beira da atmosfera gera um esfriamento do planeta, porque essa sujeira reflete a luz do Sol.

O problema todo é que essa mudança de temperatura cria uma variação do clima praticamente instantânea, o que gera, a curto prazo, tempestades, furacões e outros problemas. Contudo, a longo prazo, surge um grande problema: Uma Era do gelo.

O bloqueio da luz do Sol cria o que chamamos de Inverno Vulcânico, um problema de escala mundial. As partículas expelidas pelos supervulcões conseguem se espalhar por todo o planeta e ficam anos lá em cima, antes de voltarem ao chão. Esse resfriamento cria uma pequena Era do Gelo, capaz de extinguir diversas espécies, principalmente aquelas que vivem mais próximas dos polos.

A catástrofe de Toba

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Há 75 mil anos, um supervulcão surgiu no lago Toba, na Sumatra. Acredita-se que sua erupção tenha jogado mais de 2,8 mil quilômetros cúbicos de material vulcânico na superfície de Terra, causando um catastrófico resfriamento do planeta.

Essa catástrofe está ligada a evolução humana e pode ter sido a chave para que apenas uma espécie de humanos tenha chegado a Era Moderna.

Estudos de DNA mostram que todos os seres humanos vivos atualmente, apesar das enormes diferenças, são descendentes de uma população que varia de mil a dez mil pessoas, que viveram por volta de 70 mil anos atrás. A ideia é que a catástrofe de Toba tenha feito a raça humana definhar com o inverno prolongado, fazendo com que a população chegasse a ter um número bem reduzido de indivíduos. Tudo isso é apenas uma hipótese, que ainda precisa ser confirmada, mas como as datas e os números previstos são semelhantes, muitos cientistas acreditam nessa ideia.

Mesmo assim, a erupção desse vulcão causou a extinção de milhares de espécies, pois o inverno inesperado acabou deixando vários animais sem alimentos e modificou radicalmente os ciclos migratórios, criando um desequilíbrio gigantesco em toda flora e fauna.

O futuro

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Atualmente existem pelo menos 6 supervulcões conhecidos em nosso planeta. Isso é algo extremamente preocupante. Apesar de toda a inatividade, eles podem despertar de uma hora para a outra. Infelizmente, nós ainda somos incapazes de prever uma dessas catástrofes com uma antecedência muito grande e não temos nenhum poder para evitá-las.

Caso um supervulcão entrasse em erupção hoje, a única coisa que poderíamos fazer seria evacuar a região próxima e torcer para que a erupção não fosse grande demais. Depois disso, todo o planeta teria que se aprontar para tempestades e para a pequena Era do Gelo que aconteceria nos anos seguintes.