O amuleto do ceifeiro

A alma

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Esta é uma lenda bem antiga, no tempo em que africanos eram trazidos ao Brasil como escravos.

Conta a lenda que havia um feiticeiro muito conhecido e temido na época, sua mais terrível façanha era “a maldição do meio-dia”, “ele pegava o nome de alguém” por volta das 9hs da manhã e, misteriosamente, ela morria até o meio dia.

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Quando um coronel desembarcou na “praia brasileira” logo tratou de saber quem era o tal feiticeiro e o chamou para trabalhar com ele. “O feiticeiro usava um colar com um amuleto, como se tivesse algo dentro”.

Durante uma conversa entre eles, o coronel não resistiu e resolveu perguntar: “Dizem que você faz um feitiço para a pessoa morrer até o meio-dia, é verdade?”.

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Olhando fixamente nos olhos do coronel e balançando um “chucalho que ele carregava em seu pulso”, o feiticeiro respondeu: “Qualquer pessoa que você me dê o nome, estará morta amanhã, meio dia...”

Como o coronel já tinha interesse nas terras de um conhecido, resolveu lhe dar o nome, porém ele não sabia que na fazenda havia um olheiro do dono daquelas terras.

O olheiro então resolveu agir, para salvar a vida de seu chefe, ele perguntou aos “escravos de onde vinham os poderes do tal feiticeiro, até que um respondeu que vinham do amuleto, dali partíam os mais terríveis poderes”.

O olheiro chamou uns amigos, e eles invadiram a fazenda. Na sala encontraram somente o coronel, então lhe perguntaram onde estava o feiticeiro. O coronel disse que ele estava na mata, fazendo o “ritual de magia negra”.

O olheiro e mais alguns homens então partiram a procura do feiticeiro. Ao chegar na mata, viram “uma figura alta, de capuz, com vestes pretas, rosto de um esqueleto, olhos em chamas e carregando uma foice”. Quando a “figura” olhou para eles, rapidamente sumiu.

O feiticeiro, enquanto era atacado pelos homens gritava: “Tenho que acabar de fazer o ritual..”

Porém de nada adiantaram os gritos do feiticeiro, os homens pegaram então o amuleto, para impedí-lo de matar seu chefe.

O feiticeiro foi morto com um tiro na cabeça e, no mesmo momento o amuleto explodiu nas mãos dos homens, mas antes o feiticeiro gritou: “Não, há uma maldição nesse amuleto…”

Essa história tem passado de geração em geração, muitos dizem que a alma do feiticeiro ainda vaga pelo mundo a procura do amuleto para voltar a vida, outros ainda acreditam que o ceifeiro voltará para matar aquele que encontrar o amuleto.

 

Adaptado de paranor-melhor