Quando a humanidade quase se extinguiu

Desde o seu surgimento, até pouco mais de 10 mil anos, a humanidade ainda vivia da mesma maneira: colhendo frutos e caçando animais, ou seja, a vida era uma aventura a cada momento e a próxima refeição podia demorar para aparecer, mas uma ideia mudou esse mundo.

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A invenção

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Há milhares de anos, os homens começaram a notar um padrão diferente na natureza. Algumas sementes, quando jogadas na terra, brotavam e davam novas árvores. Desse momento em diante, a agricultura começou a se desenvolver rapidamente.

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Praticamente do dia parava noite, os seres humanos começaram a cultivar as mais variadas plantas para sua alimentação. Isso possibilitou, pela primeira vez na história, que os grupos errantes pudessem se assentar em apenas um lugar, pois agora não precisavam mais sair pelo mundo buscando alimentos.

As primeiras vilas fixas se formaram, principalmente a beira de rios, que além de darem água, ainda ajudavam na manutenção dos nutrientes do solo. Tudo isso fez com que algo nunca antes visto ocorresse: abundância de alimentos.

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Até o surgimento da agricultura, os seres humanos viviam famintos, tendo sempre apenas o mínimo para se alimentarem, mas agora eles podiam comer mais e melhor. Durante muito tempo, isso fez com que a humanidade crescesse em um ritmo jamais antes visto e essa nova vantagem, que parecia o paraíso, quase foi o fim.

A peste

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Quando a agricultura surgiu, não haviam documentos escritos. Foram os restos mortais, resíduos de vilarejos e outras coisas deixadas por aquelas pessoas que ajudaram a ciência desvendar o passado, mostrando o que realmente aconteceu. A análise de diversos parâmetros permitiu a reconstrução daquele tempo, revelando algo aterrador.

Após o crescimento vertiginoso por séculos, a humanidade, do dia para a noite, caiu em um fosso. Por algum motivo, mais de 50% (em alguns casos até 60%) da população foi varrida do mapa! Estudos sobre isso revelaram que não houveram mudanças climáticas drásticas, nem um desastre, como o meteoro que acabou com os dinossauros. A verdadeira catástrofe dessa época foi a fome pós-abundância.

Naquela época, os agricultores sabiam apenas que se colocassem as sementes na data certa na terra, eles teriam o que colher alguns meses depois, porém não imaginavam que o cultivo de alimentos é muito mais complexo e cheio de problemas.

A terra precisa de tempo para se recuperar depois de uma colheita, secas podem afetar o local e ainda existe o problema de haverem mais pessoas do que comida. Tudo isso somado fez com que uma onda de fome jamais antes vista atacasse todas as partes habitadas do planeta. Quase que simultaneamente, milhões morreram de fome, devido a precariedade da agricultura e a humanidade ficou perto de extinção, como nunca antes. Nem mesmo na época da Peste Negra, que devastou o mundo, os humanos sofreram tanto.

O futuro

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Hoje em dia, a humanidade aprendeu (mesmo que precariamente) a dominar a natureza, conseguindo ser muito mais certeira em suas plantações, apesar de ainda sofrer bastante com as intempéries do tempo. Só que o mesmo problema que quase exterminou os humanos do passado está voltando a bater a nossa porta.

O problema é que a Terra possui um limite, que envolve número de pessoas e o quanto elas consomem. E muitos cientistas afirmam que nosso planeta ou já chegou a limite ou logo vai acabar estourando sua cota.

Em breve, poderemos viver um momento em que vamos ter mais bocas para alimentar do que a produção mundial de comida pode produzir. Isso vai causar uma nova extinção em massa, podendo levar a humanidade para o fundo do poço mais uma vez, exatamente como aconteceu com aqueles homens no passado.

Dessa vez, pelo menos isso pode ser previsto, mas como a população só cresce, talvez nós presenciaremos o Planeta fazendo mais uma “limpa” por aqui.