Segunda Guerra Mundial: A invasão do Brasil

Apesar do Brasil ter ficado em segundo plano durante a Segunda Guerra Mundial, ele foi alvo de diversos inimigos e quase foi invadido por um poderoso vizinho.

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Posição vantajosa

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Basta uma olhada no mapa-múndi para notarmos que o Brasil é um ótimo ponto estratégico, principalmente o norte, que dá acesso fácil a África e a Europa. Por isso, muitas vezes, vários inimigos olharam para cá pensando em um plano de invasão, mas até hoje tal movimento nunca ocorreu.

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Muito do que fez os inimigos ficarem longe daqui é a geografia do norte. Nossas praias quentes são complicadas de serem invadidas, pois a água é muito rasa ainda longe da areia e existem muitos corais, que podem atrapalhar as embarcações maiores. Isso faz com que uma invasão anfíbia, semelhante a que ocorreu no Dia D, se torne praticamente inviável. Mesmo assim, ela quase ocorreu...

De que lado ficaremos?

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Antes de entrar na guerra para valer, os EUA estavam observando o mundo a volta, dando uma atenção especial ao norte do Brasil. Além de desejarem os aeroportos locais, eles temiam que outro país chegasse antes e colocasse uma base perto deles. Isso fez com que um plano chamado “Plan Rubber” (Plano da Borracha) fosse criado. A ideia era invadir o norte do Brasil e usar tudo que encontrassem como vantagem na guerra.

Mas você deve estar se perguntando: Por que eles queriam invadir o país em vez de pedir ajuda? Afinal, o Brasil lutou no lado dos Aliados no final da guerra.

Bem, a verdade é que na época o Brasil era um dos países com maior chance de apoiar o fascismo e o nazismo.

O primeiro motivo que fez o EUA desconfiar do Brasil, era o fato de nós não sermos uma república. Naquela época, o país vivia uma ditadura, tendo como mão forte Getúlio Vargas. O ditador brasileiro era orgulhoso e acreditava que a soberania da pátria estava a cima de tudo, por isso algo que quase colocou o Brasil em guerra foi feito por ele.

No final de 1941, os EUA pediram oficialmente ajuda ao Brasil. A ideia era que nós cedêssemos algumas bases para eles usarem na guerra, mas Getúlio ficou ofendido com o pedido e negou veementemente a solicitação.

Para piorar o caso, o exército brasileiro tinha uma forte tendência fascista/nazista. Como grande parte da força militar brasileira fica no Sul, lugar altamente colonizado por alemães, existia uma simpatia pelo grupo nazista. Segundo um estudo feito pelos americanos, pelo menos 70% dos oficiais do exército brasileiro simpatizavam com o nazismo.

Logo após a queda dos alemães na Rússia, um novo medo tomou conta dos EUA. Eles temiam que os nazistas se voltassem para o outro lado, tomando Portugal e Espanha, abrindo um caminho direto para o norte brasileiro. Isso poderia trazer a guerra para o continente americano, o que era o último desejo dos EUA.

O plano

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Sem outras opções e temendo uma revolta, os EUA deram a ordem: "Joint Basic Plan for the Occupation of Northern Brazil [Joint], Serial 737 of 21 December 1941". Que dizia que o Brasil deveria ser invadido por água e ar em seu norte. Seus aeroportos deveriam ser capturados para uso imediato das forças americanas na guerra contra o nazismo.

Em janeiro de 1942, a primeira simulação da invasão foi feita em Cabo Henry, na Virgínia. Esse treino revelou diversas falhas no plano de ocupação, mesmo assim, o desespero estava levando os americanos ao ataque suicida. Os EUA estavam dispostos a perder muitos homens pela vantagem de tomar o norte brasileiro.

A virada

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Para evitar uma batalha desnecessária, os americanos fizeram uma campanha diplomática. No primeiro momento, eles ganharam o direito de mandar uns homens para cá, com o consentimento do governo. Em troca desse espaço, os americanos mandaram muitas armas e munições para o exército brasileiro. Muito provavelmente outras vantagens foram dadas ou prometidas, porém isso jamais veio a público.

Esse primeiro contato gerou uma brecha diplomática e também fez a confiança de nossos militares se voltar para o lado dos americanos. Em maio de 1942, o Brasil assinou um tratado de apoio mútuo com o EUA. Em agosto daquele ano, nós entramos na Segunda Guerra Mundial para valer, lutando ao lado dos Aliados, o que nos fez ficar do lado vencedor.