Um domingo qualquer nos anos 90

Pode parecer nostalgia exagerada ou aquela sensação de que as coisas da infância eram mais gostosas, mas os domingos dos anos 90 eram melhores…

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As nove horas da manhã, a família já tinha tomado café. Todo mundo se apertava no sofá, esperando o Galvão Bueno – que na época não era odiado por todos – narrar mais uma corrida do Senna. Não importava se a pessoa gostava ou não de Fórmula 1, todo mundo gostava do Senna. Naqueles dias ninguém ficava até o amanhecer na internet, afinal, não existia internet – pelo menos, não aqui. Claro que, de vez em quando, alguns espertinhos ficavam acordados até tarde, fazendo a mesma coisa que fazem hoje em dia… Mas, naquela época, a única opção era o Cine Band Prive. Não adianta mentir, você já se perdeu nas curvas da Emanuelle!

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Depois do tema da vitória, a comida começava a ser preparada e as crianças iam para rua! Isso mesmo, pode parecer loucura, porém, sem internet, as pessoas se divertiam jogando bola, brincando de esconde-esconde e até mesmo pulando amarelinha – você pode achar meio idiota, mas era divertido.

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Com a barriga cheia, era hora de voltar para frente da TV. Tinha o Faustão, que desde aquela época já cortava as pessoas, e também o Gugu. As atrações do passado não eram tão melhores do que hoje em dia, porém dá a impressão que as bandas da época – mesmo as ruins – eram melhores do que as atuais.

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É o Tchan, Molejo, SPC, os caras não tinham uma grande qualidade musical, mas eram engraçadinhos. Ok, ok… Algumas letras eram pornográficas, porém, pelo menos, eles disfarçavam: “Vai descendo na boquinha da garrafa”; “Segura o Tchan!”; “Vou dar uma chicotada na barata dela!”. (Eu sei, hoje em dia parece bem pior, mas naquele tempo nada tinha duplo sentido para as crianças.)

Depois da comida “baixar”, era hora de voltar para rua. As brincadeiras não tinham fim. A não ser quando a mãe colocava a cara para fora da porta e gritava com todo o ar do pulmão: “Tá na hora de entrar Joãozinho!”. Claro que o “Seu João”, muito esperto, não ia no primeiro chamado, mas bastava a ameaça de uma chinelada para a coisa ficar séria. Pior ainda era quando o primeiro a ver a cor do chinelo – ou a varinha de marmelo – também era o dono da bola. Não tinha jeito, era o fim da pelada no asfalto. Isso quando o jogo não acabava no meio, com um dos jogadores perdendo o “tampão” do dedão na pedra…

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À noite, a comida era a sobra do meio dia e a TV sintonizava no Sílvio Santos. Todo mundo adorava ver o Ivo Holanda apanhar nas Pegadinha ou aquela caveira motorizada fazer as pessoas caírem de cara no chão em frente ao cemitério. Antes de tudo isso, ainda tinha o momento da mãe conferir a Tele-Sena e o Carnê do Baú.

O final do domingo era cedo. Sem internet, a hora de dormir era ditada pelos pais. Quando eles iam para cama, você também tinha que se aprumar nas cobertas, afinal segunda é dia de aula e aula para criança é de manhã.

Esse era um domingo nos anos 90, cheio de coisas legais, cheio de saudades…